Erradicação da Pobreza II

Para onde nos leva quem nos governa?
Estes excertos parecem enformar a Bíblia Socrática da Governação do Reino. Quem melhor que ele para pôr em marcha a ilusão neo-liberal.
Livro IV, Cap. I, reedição Calmann-Lévy, Paris, 1971
«É bom que haja, na sociedade, lugares inferiores onde irão cair as famílias que se portam mal e de onde só poderão sair se se portarem bem. A miséria é esse temível inferno!»
«Tributar mais os ricos é enfraquecer o investimento; paralelamente, dar mais aos pobres é reduzir o incitamento ao trabalho… Trabalho, família e fé [onde é eu nós já ouvimos isto?] são os únicos remédios para a pobreza.»
«O desaparecimento (por morte) de uma fracção da população não é, pois, nos termos desta análise, a consequência de um disfuncionamento da economia de mercado […] a economia de mercado continua a garantir o pleno emprego, mas entre os vivos.»
(Edição portuguesa: O Debate-Tabu, Terramar, Lisboa, 1997)
«O homem, pelo seu egoísmo pouco clarividente para com os seus próprios interesses, pela tendência a fruir de tudo o que está à sua disposição, em suma, pela sua indiferença em relação ao futuro e aos seus semelhantes, parece estar a liquidar os seus meios de conservação e a destruir a sua própria espécie.»
«Cada progresso da agricultura capitalista representa um progresso não só na arte de espoliar o trabalhador mas na arte de empobrecer a terra. [...] A produção capitalista, ao desenvolver a tecnologia e ao concentrar num conjunto social a acção de diversos processos, não faz mais do que esgotar as fontes originais de toda a riqueza: a terra e os trabalhadores»
Se eu vos disser que quando caiu o “Muro de Berlim”, em 1989, disse baixinho, lá em casa, para não ter chatices: – Agora os pobres estão fodidos! – Vocês compreendem porquê?
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