Uma carta no DN
sobre "a abolição da morte legal"
O escritor francês e uma das referências intelectuais do século XIX Vítor Hugo endereçou uma carta, em Julho de 1867, ao fundador e director do Diário de Noticias, Eduardo Coelho, congratulando-se com a abolição da pena de morte em Portugal que acabara de ser aprovada. Escreve Vítor Hugo: "Abolir a morte legal deixando à morte divina todo o seu direito e todo o seu mistério é um progresso augusto entre todos. Felicito o vosso Parlamento, os vossos pensadores, os vossos escritores e os vossos filósofos! Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. (...) A Europa imitará Portugal", escreve o escritor francês num texto publicado na edição de 10 de Julho de 1867, que termina com um exaltado apelo: "Morte à morte! Guerra à guerra! Ódio ao ódio! Viva a vida!"
Diário de Noticias, edição de 8 de Janeiro de 2007
Tempos houve em que Portugal não precisava de imitar ninguém: - os outros é que eram convidados a imitarem-nos!
Poderemos considerar a liberalização do aborto, que alguns advogam, [muitos dando como exemplo o que se faz no estrangeiro,] um retrocesso em relação à abolição da Pena de Morte?
Não será que a vamos reabilitar em relação aos humanos com menos de 10 semanas de gestação?
Pronto, digam que a minha argumentação é emocional! Não tenho nada contra a lógica das emoções!
7 Comments:
Entendo as tuas palavras, mas penso que um homem nunca saberá o que é esTAR NA PELE DE UMA MULHER! Não são eles que ficam grávidos e carregam com a maioria das consequências. Mesmo sem liberalização, o aborto continuará a haver, então que seja feito nas melhores condições! e que me dizes das casas das "tias"? Quanto a mim também deviam ser legalizadas e deviam descontar como todos nós!Porque como o aborto, continuarão sempre a existir...
beijinhos miss (há quanto tempo nao vais a um museu?)
Desta vez não concordo contigo e nem é como diabba que não concordo, é como mulher e como jurista.
A despenalização do aborto é precisa!
O que não são precisas são habilidosas de vão-de-escada e médicos sem escrupulos que, publicamente são contra a despenalização mas ... exploram clinicas de aborto... disfarçadas de clinicas normais! E estou a falar de Portugal!!
Porque sem despenalização essa gente continuará a existir e a enriquecer com a falta de sorte alheia, sim falta de sorte, como mulher, não acredito que nenhuma faça do aborto um meio anti-concepcional!!
Se calhar não entendes, mas como diz a Missixty "é preciso ser mulher para isso"
A despenalização do aborto, a legalização duma situação que de facto EXISTE, não obrigará nenhuma grávida a abortar, dá-lhe é a liberdade de escolha, coisa que a omissão da lei não permite: ESCOLHER!
E, também não concordo contigo, quando dizes que "há ser humano com 10 semanas", há células que se estão a juntar, não há ser humano, há células!
Aliás se a preocupação dos mortais é a Lei, informo que só há ser humano quando há "nascimento completo E com vida".
Olha para a televisão, vê o que de vez em quando os seres humanos adultos são capazes de fazer às crianças k por malfadada sorte não foram desejadas, não são amadas nem cuidadas... são mortas, violadas, espancadas... quando vejo tal, desejo sinceramente "mais valia que não tivessem nascido"
Beijo de enxofre no meu professor, respeito a tua opinião, mas tem em conta a minha por favor
É emocional, claro que é, mas nem por isso menos digna de se levar em conta... nem faltaria mais nada. Mantenho que são duas realidades que não estão ligadas nem devem ser comparadas. Não se estará a generalizar um método contraceptivo, nem a adoptar uma cultura de morte, está-se a apenas a dar uma possibilidade de escolha quanto todo o resto falha. Mas sim, falta também todo o resto, principalmente a educação sexual.
Queridas amigas, Missixty e Diabba, é verdade que a avaliação que faço do problema não pode ter em conta a intimidade de cada um, seja homem ou mulher. Os nossos sentimentos, pensamentos e volições são intrinsecamente pessoais e intransmissíveis... ainda bem!
Reconheço e respeito as vossas posições mas, salvo melhor opinião, só precisávamos que fose posta em prática a legislação já existente sobre esta matéria.
Não sou mulher [era capaz de ser uma experiência gira] mas como homem que me orgulho de ser, toda a minha vida trabalhei em meios em que as mulheres são maioritárias e tenho entre elas os meus maiores amigos.
Isto dá-me alguma autoridade para dizer que uma percentagem elevada de abortos voluntários são o remedeio de, deixai-me chamar-lhe assim, um certo desleixo e incúria na aceitação de relações sexuais ocasionais e de risco. Atenção, continuo a considerar que todos temos direito ao prazer sexual, seja com quem for, mas uma pessoa que quer manter uma sexualidade activa, previne-se. [Quem vai ao mar avia-se em terra.]
Há outros casos de verdadeira exploração do macho por algumas senhoras "gangsterianas" que se servem das suas capacidades procriadoras para chantagear ou viverem à custa... mas isso falaremos mais tarde e em pormenor.
Creiam no entanto que estou convencido da honestidade da maioria!
Muito obrigado pelos vossos amistosos comentários.
Caro João Alvim, nós felizmente sabemos como é possivel ser amigo e ter consideração pelas pessoas, mesmo tendo ideologias diferentes. Obrigado.
A Educação Sexual a que se refere podia minorar o panorama mas algumas pessoas [antigos alunos e alunas meus, por exemplo]a quem tive o cuidado de alertar, muitas e repetidas vezes, para o uso consciente, prazeiroso e livre do sexo, gostam de desafiar a sorte. Depois são apanhados pelo azar!
Exacto!! Muito bem escolhido... quando Portugal ainda dava lições à Europa.
Abraço!
P. S. Professor, muita banheira faz reumático e amolece o espírito! :)
Há algum tempo que não vinha a este cantinho... O Tempo é tão escasso para tudo o que nos dá prazer... :-(
Bom Domingo
Por favor visitem o site www.brasilsemaborto.org.br para conhecerem os argumentos contrários à legalização do aborto. A menos que não queiram conhecer este lado da questão...
O aborto é crime, legalizado ou não. Hediondo e dos mais bárbaros porque perpetrado contra um ser indefeso. É contrário aos interesses da mulher e da sociedade.
Os que não pensam assim um dia reconhecerão a verdade e passarão a combatê-lo, como muitos já o fizeram.
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