Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

domingo, junho 22, 2008

A Gota de Água que Transbordou o Copo...


(Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quamdiu etiam furor iste tuus nos eludet? quem ad finem sese effrenata jactabit audacia?).

Cícero, Primeira oratória de Cícero contra Catilina

(Oratio Prima (Habita in Senatu) - 8/11/63 a.C.) - Exórdio.


.

Estou farto de querer dormir uma noite descansada e, uma qualquer festa autorizada pela Câmara, me não deixar fazê-lo!

Ele são “motards” e as suas ruidosas concentrações de Striptease ; ele são coleccionistas, desportistas e até peregrinos caridosamente cantado e rezando em vós alta, vaidosamente alta, pela noite dentro. Tudo acontece no Bairro Agorreta, na sua famosa Zona Desportiva., adjacente a uma zona modernizada de habitação de qualidade, onde os IMIs cobrados e as rendas pagas, ao abrigo do RAU, não são nada baratas.

A excelsa Câmara retirou os feirantes do recinto do Arnado, onde agora se passam quase todos estes disparates, porque faziam muito ruído e lixo durante a manhã. Não incomodavam nada, (era só pela manhã) antes dinamizavam duas vezes por semana a vida comercial do Bairro. Quanto ao lixo, eu que tenho tempo para viajar ao longo do ano, por muitos municípios deste nosso Portugal, sei que é uma questão de querer dos órgãos constituídos. Em muitas feiras tenho visto meninos ciganos a limparem o eirado dos seus negócios quando a venda acaba e melhor, separar cartão, plástico e latas em sacos negros diferentes, fornecidos pela autarquia, para lançarem nos ecopontos. Os não ciganos procedem de igual modo. Não acreditam? Vão passar duas semanas de férias a Vila Nova de Cerveira.

Agora qualquer bicho careta que quer estar até de madrugada a tocar música, em altos berros, fá-lo com o beneplácito da Câmara ou do Governo Civil. Seja pelo S. João de organizadores, altas horas, duas três da manhã, perdidos de bêbados e malcriados a insultarem quem, com janelas e varandas para a Rua de Leiria, lhes pede, quase pelo amor de Deus, que, se não podem apagar, ao menos baixem a “pirosice” da música.

Fiscais da Câmara não se vêem e a policia convocada remete-me para o Senhor Presidente da Câmara ou para o Senhor Governador Civil.

Agora vem aí o Bodo, o malfadado Bodo, e querem-nos todos fechados no nosso bairro, pedindo para sair ou entrar, estacionando os carros sabe-se lá onde, porque os acessos às nossas próprias garagens estão inacessíveis, por carros mal estacionados em cima dos passeios, que a policia não controla, ou em segundas filas, impedindo mesmo o trânsito de qualquer veiculo prioritário ou de socorro que queira fazer face a uma qualquer emergência ou desastre.

É isto gerir um município com dignidade humana?

Etiquetas: , ,