BAIRRO AGORRETA

Embora “O Correio de Pombal” de 3 de Julho, na sua página n.º 9, afirme que Narciso Mota, à margem de uma conferência de imprensa, tenha anunciado que o Bairro Agorreta não vai ser parte integrante do recinto das festas do “Bodo”, eu espero para ver. É que a palavra dos políticos é isso mesmo: palavra de político!
Assim, transcrevo aqui no blogue, o artigo de opinião que escrevi para “O Correio de Pombal” e que foi publicado no n.º de 26 de Junho:
Moradores do Bairro Agorreta em potencial
Já há alguns anos que existe entre os moradores do Bairro Agorreta a sensação de serem cobaias de experiências urbanísticas da Câmara. Pensou-se já, até na criação legal de uma Comissão de Moradores, para poder negociar como parceiro social com a prepotente , cada vez mais ensoberbada Câmara Municipal de Pombal.
Numa cidade em que os espaços públicos livres são tão exíguos é preocupante que espaços arborizados tenham sido sistematicamente diminuídos para gerarem construções de edifícios, alguns públicos outros outorgados a entidades privadas, limitando cada vez mais os terrenos disponíveis pela, chamemos-lhe, autarquia dedicar a acessos e parqueamento automóvel livre, espaços verdes de desfrute colectivo, instalações, não necessariamente impermeabilizantes do solo, para usufruto, recreio ou lazer de todo o conjunto de cidadãos, munícipes ou visitantes, que os queiram utilizar.
Por que dos comerciantes? Só eles é que pagam impostos? Os proprietários dos apartamentos não pagam IMI, os inquilinos não pagam rendas conforme o RAU, nada baixas e todos os anos aumentadas em percentagem superior à inflação efectiva?
Porquê então o esclarecimento de dúvidas aos comerciantes como se eles fossem os únicos interessados e prejudicados com o isolamento forçado do Bairro Agorreta?
Eu que sei que todas as filas e locais de espera da Câmara se assemelham à bicha para a “Sopa dos pobres” nos bairros mais miseráveis das grandes metrópoles; principalmente os infelizes que esperam no corredor para receberem a esmola do atendimento do senhor presidente que, pela porta do seu gabinete de apoio, recebe os VIPS que ele próprio escolhe. Vou assim ingloriamente desperdiçar o meu tempo de liberdade?
Há bens que são inegociáveis. Julgava que a dignidade dos cidadãos, qualquer cidadão, era um desses bens!
Etiquetas: Direitos dos cidadãos, Municipalismo, Prepotência
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