Caracóis e cerveja
Mesmo num café de aldeia, ou por causa disso, onde as pessoas falam afoitas e sensatas ouvem-se frases muito judiciosas.
«Quem trabalha não melhora… eu trabalho desde pequeno, como podia estar melhor?»
«A Natureza é que faz justiça! Esta merda está toda a afundar-se e por todo o lado.»
«O magano deu um tiro num mocho, levou-o para casa e meteu-o na arca. Então, não é que uma semana depois o gajo abriu a arca e o mocho voou e fugiu?»
«Bem calhando a arca estava desligada!»
A conversa de onde saíram estas frases desgarradas era entre homens de 65 a 70 anos bebericando goles de cerveja e petiscando uns caracoizitos, umas tapas de presunto, queijo e pedaços de pão saloio.
Simultaneamente leio de fugida no “Correio da Manhã”:
«Uma criança só transmutada num “menor não acompanhado”…» Paula Teixeira da Cruz.
Criança só /menor não acompanhado? Belíssimo exemplo de eufemismo da linguagem politicamente correcta.
1 Comments:
Nice blog.
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