Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

terça-feira, julho 08, 2008

CHEIAS DO ARUNCA


Em 1712 já se sabia (e escrevia) que o rio Arunca era muito irregular no seu caudal – sujeito a grandes estiagens quando não chovia; sujeito a perigosas inundações quando havia chuvas fortes.

Transcrevo um pequeno texto da “COROGRAFIA PORTUGUESA” de António Carvalho da Costa, impressa em 1712:

«Junto ao marco de Fárrio em o princípio da ribeira de Gaia nasce o rio Arunca, que aumentando-se com as águas de outras ribeiras, vem correndo até à Villa do Pombal por distância de mais de três léguas, fertilizando com suas águas muitas fazendas, quintas e crescidas árvores, que há neste distrito, e refrescando com sua corrente esta vila pela parte do Poente, se mete no plácido Mondego, passando primeiro pela vila de Soure, e por Vila Nova de Anços. Mas para que os habitadores das suas ribeiras se não aproveitem de suas águas sem pensão alguma, lhes causa este muitas perdas com suas enchentes, levando as searas, e as mesmas terras, e arruinando muitas vezes com sua impetuosa corrente os edifícios.»

Há mais de duzentos anos! Hoje esqueceram-se... Em Outubro de 2006 tiveram um lembrete mas a senhora Câmara diz que a culpa é da chuva, não da estupidez dos homens que constroem ou deixam construir em leito de cheia. E impermeabilizam o solo a torto e a direito!


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