O arboricídio continua?
Porque um dia destes (um Domingo) vi um curioso homem de aspecto muito comercial ou comerciante, de bloco na mão, tomando apontamentos, a vistoriar os plátanos do Arnado, da Zona Desportiva e do jardim da APEPI, tenho medo que alguma negociata se esteja a preparar.
Lembrei-me desta leitura:
http://entretejodiana.blogs.sapo.pt/
O arboricídio continua
"Já ninguém hoje em dia duvida do valor e interesse da árvore, tanto se tem escrito e falado sobre o assunto em todo o mundo.
Quando porém do interesse abstracto pela "Árvore" passamos a considerar a forma como a nossa gente reage perante "aquela árvore que me ensombra a casa ou o quintal", desaparece a unanimidade na apreciação e as consequências são quase sempre desastrosas para a árvore.
A primeira e mais vulgar reacção consiste em limitar os prejuízos atribuídos à árvore - podando-a!
E a prática generalizou-se de tal forma que quase ninguém conhece a imagem de uma árvore intacta, com a forma que Deus lhe deu, e não a caricatura que os homens fizeram dela.
Todos os anos, no fim do Inverno saem ao campo, das mais diversas procedências, brigadas de homens armados de serrotes e tesouras a podar arvoredos das ruas das Cidades e das Vilas e ultimamente até das estradas nacionais."
(Francisco Caldeira Cabral e Gonçalo Ribeiro Teles, A Árvore em Portugal. Assírio e Alvim. p. 15)
Já não é preciso esperar pelo final do Inverno para assistir ao corte indiscriminado das árvores. Antes que as folhas caiam, cortam-se os ramos... sempre se poupa o trabalho de varrer as folhas do espaço público. As imagens que se seguem foram registadas no dia 20 de Dezembro, em Campo Maior e ilustram as caricaturas de árvores, neste caso plátanos, que resultam da acção dos serviços camarários.
2 Comments:
Vivemos num mundo cruel, e este exemplo do que acontece com as árvores é em parte semelhante ao que acontece com as pessoas. A sociedade tenta moldar-nos, mostra-nos o que supostamente é a perfeição, tanto no que respeita a valores, como em termos físicos.
Se não respondemos aos estereótipos criados ou somos um entrave à concretização dos objectivos de alguém, somos discriminados, somos considerados à margem da sociedade, somos ultrapassados, somos "abatidos".
Se somos tão desumanos nas relações com os nossos semelhantes, como poderíamos ter sensibilidade na relação com as árvores?
veja o caso do Louriçal. A junta de freguesia, por sinal a única do PS, no anterior mandato arranjou forma de preservar um plátano centenário a entrada da vila. Propôs e foi aceite pela entidade florestal nacional árvore de interesse publico.Assim se protege o património do concelho!
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