Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

terça-feira, janeiro 05, 2010

Partilha de Saberes


Sou um bisbilhoteiro de vidas antigas. Ultimamente, por causa do nosso Conde de Castelo Melhor e das suas ligações com a nossa cidade de Pombal, com o nosso Convento de S. António e Igreja da Senhora do Cardal, estou a ler simultaneamente biografias de três filhos do D. João IV (Catarina, Afonso e Pedro). Uns leio em papel, os escritos ou reimpressos recentemente, outros no computador, via internet, os mais antigos, alguns escritos e impressos na época das personagens.

Já não vai ser no meu tempo que se possa fazer investigação histórica sem sair de casa mas já há muita publicação electrónica de livros, jornais e outros documentos.

O motor de pesquisa da Google é uma ferramenta importantíssima.

Seria ouro sobre azul qe os documentos que os arquivos e bibliotecas guardam ciosamente nas gavetas e caixas das suas instalações fossem disponibilizadas on-line. Mas parece que a aprendizagem sem custos ou muito barata vai ser sempre uma ilusão, veja-se o que está a acontecer à Biblioteca Universal e Digital da Google com as pressões do lobby das editoras.

A partilha de saberes vai ser sempre penalizada pela ganância de alguém que se acha no direito de ganhar muito dinheiro com o que sabe em vez de o por à disposição dos outros.

O que se paga às companhias e operadoras (ISP) por esses serviços electrónicos não é suficiente? A mim já me parece excessivo.



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5 Comments:

At 10:47 da manhã, Blogger MCA said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 10:48 da manhã, Blogger MCA said...

Este seu texto tem muitos aspectos que eu gostava de comentar mas, para não abusar deste espaço, cinjo-me a um ou dois pontos: primeiro, a qeustão de se poder fazer investigação histórica sem saír de casa. Sinceramente, acho que isso nunca vai acontecer, a menos que descubram uma maneira de teletransportarmos a nossa mente enquanto o nosso corpo permanece sentado em casa. A variedade e diversidade de fontes para a investigação histórica é tal que haverá sempre um documento (escrito ou material) que nos interessa e que não está acessível à distância (porque está numa casa particular, porque é um objecto tridimensional colocado na via pública ou até porque é algo que nunca ninguém antes tinha encarado como um "documento").

 
At 10:54 da manhã, Blogger MCA said...

O outro aspecto tem a ver com a disponibilização online dos documentos existentes nos arquivos. Ela já é uma realidade, mesmo em Portugal, embora muitas pessoas ainda não saibam. Paulatinamente, os arquivos (nacionais, distritais e municipais) têm vindo a ser digitalizados e disponibilizados na net. É um processo lento e extraordinariamente dispendioso em meios técnicos, materiais e humanos. A aprendizagem sem custos, pura a simplesmente, não existe. Alguém a paga, sempre. Tratando-se de arquivos públicos, pagamo-la nós todos (do doutor ao analfabeto), com os nossos impostos. Mesmo nos casos em que essa digitalização é patrocinada, as empresas vão recuperar o dinheiro gasto... aos impostos, através das deduções.
Contudo, as coisas estão a ser feitas.

 
At 10:55 da manhã, Blogger MCA said...

Ah, e um bom ano, claro!!!

 
At 2:28 da tarde, Blogger Professor said...

Muito obrigado pelos seus comentários. Claro que a minha expressão - estudar História sem sair de casa - era um exagero mas, tal como diz, já há muito material disponibilizado on-line. Eu uso e abuso da Biblioteca Nacional Digital, da hemeroteca da Câmara de Lisboa e da Google Books. Também acho formidável poder consultar o catálogo da Biblioteca de Pombal em casa e chegar lá e saber a que estante me dirigir para tirar o livro que quero consultar. Adorava poder dizer que o Arquivo Municipal da minha terra tem tão bons acessos. Lá chegaremos, espero.
Um grande abraço de bom 2010 e mais uma vez obrigado por tanta gentileza.

 

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