QUE PARVAS ASSOCIAÇÕES EU, ALGUMAS VEZES, FAÇO.
Talvez a razão possa ser inferida pelo comentário do próprio Antero ao seu poema, citado por Maria Ema Tarracha Ferreira, em "Antologia Literária Comentada", séc. XIX: « ... composto por um monge da Idade Média (aí pelo século 13.º), na solidão suave-austera do Monte Cassino, contemporâneo talvez do autor da Imitação de Cristo, e é dirigido à Virgem Cheia de Graça do sentimento cristão, a que mais tarde um pagão ilustre deu o nome de Eterno Feminino». E acrescentava: « ... posso chamar-lhe um salmo, uma efusão religiosa, porque está ali, com efeito, a minha religião, o meu culto da existência supra sensível, sem o qual não sei o que faria desta minha pobre existência sensível (hélas! trop!).
António Sérgio, citado na mesma fonte, também afirma: «Que importa que a inteligência rejeitasse a divindade, e os "sistemas" não admitissem os dogmas, se o Cristianismo lá estava no fundo do carácter, na maneira de sentir, na "pessoa toda inteira"?» O que é comum a tantos ateus.
Diga o que disser, só sei que são dois poemas lindíssimos que me tocam profundamente e não sei qual deles mais me atordoa.
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