Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

O ESTRANHO O PAÍS EM QUE VIVEMOS


Como nos podemos sentir pessoas num país onde qualquer um de nós pode ficar eternamente sepultado no pavimento da sua cozinha?

Perdão, não fica lá se houver uma dívida ao FISCO e uma penhora com execução judicial em hasta pública. Nesse caso, o prazo da sua sepultura encurta-se para 9 anos.

Em que p*** de sociedade vivemos?

{ O cãozito também lá estava: companheiro na vida, companheiro na morte}






Valeremos tanto como um insecto?

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quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Peça arqueológica para o ano 2511, em POMBAL

Este artefacto bizarro, ainda em construção, numa zona onde seria legítimo não construir, vai certamente chamar-se "A GAIOLA DAS LOUCAS".

Lá para o ano 2511, ou seguintes, futuros arqueólogos de Pombal, (alguma vez os haverá) divertir-se-hão imenso, imaginando para que serviria este anexo ao castelo medieval, nos trabalhos da escavação da campanha em curso.

Nesses anos já ninguém imaginaria que tivesse existido um castelo medieval da Ordem Templária, naquela colina, no subsolo de um monumental Condomínio Fechado, onde residem os mais modernos substitutos ricos e muito ricos que ocupam os lugares do Poder, antigamente desempenhados por modestos burocratas, mas já em vias de enriquecimento rápido, assim como novos órgãos de sujeição das classes mais modestas.

Os antigos detentores do Poder Soberano, tanto central como local, tendo sabido sobreviver a todas as confrontações socais a que têm dado origem, no limiar do Século XXVI, estão mais soberbos do que nunca.

A Sociedade Moderna está espacialmente organizada por guetos de onde as pessoas raramente saem.

Os da Classe Dominante, os plutocratas, só abandonam os seus coios em vistosos cortejos automóveis ou aeronáuticos, precedidos de muitos batedores e guardados por numerosos batalhões de forças especiais de segurança, em viaturas blindadas ou esquadrilhas de helicópteros de ataque, armados com mísseis ar/terra.

Os da Classe Mais Baixa, só saem dos seus pardieiros em grupos multitudinários, armados de rudimentares mas muito eficazes meios de ataque e defesa, para saquearem e pilharem os mais importantes e movimentados locais de abastecimento de alimentação, vestuário e utilidades para quem pode frequentá-los.

Só a enorme plêiade de membros da antigamente denominada Classe Média continuam a produzir, trabalhando de sol a sol e pagando coercivamente tanto o sustento da Classe dos Poderosos como o da Classe Baixa dos energúmenos saqueadores. (Diferentes na metodologia mas iguais nos resultados!) Nunca saem dos seus lugares de residência e trabalho.

Palavras como «indivíduo», «liberdade», «honestidade», «valor», «ética», terão sido esquecidas e só meia dúzia de estudiosos, que teimam em existir, saberão o seu antigo significado.

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