Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

quinta-feira, dezembro 31, 2009

FUMUM BONI IURIS



Não, não estou optimista. Como poderia estar? Olhamos o mundo através das janelas dos jornais e da televisão e o que vemos é mais aterrorizante de cada vez que olhamos.

Por onde escorreram as nossas esperanças? Nem dentro de mim encontro alguma paz... Tudo parece agravar-se enquanto o tempo passa: não há propósito de emenda que consiga reconfortar-me... Só me apetece gritar pelas palavras da Florbela Espanca:

«Cheguei a meio da vida já cansada

De tanto caminhar! Já me perdi!

Dum estranho país que nunca vi

Sou neste mundo imenso a exilada

Tanto tenho aprendido e não sei nada.

E as torres de marfim que construí

Em trágica loucura as destruí

Por minhas próprias mãos de mal fadada!

Se eu sempre fui assim este Mar morto:

Mar sem marés, sem vagas e sem porto

Onde velas de sonho se rasgaram!

Caravelas doiradas a bailar...

Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar!

As que eu lancei à vida, e não voltaram!...»

Muito bom ano (o possível ano) de 2010.


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quinta-feira, dezembro 24, 2009

Boas Festas


Aos ilustres visitantes e amigos desejo um Feliz Natal

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quarta-feira, dezembro 23, 2009

O Meu Menino Jesus

NUM MEIO-DIA de fim de primavera

Tive um sonho como uma fotografia.

Vi Jesus Cristo descer à terra.

Veio pela encosta de um monte

Tornado outra vez menino,

A correr e a rolar-se pela erva

E a arrancar flores para as deitar fora

E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.

Era nosso demais para fingir

De segunda pessoa da Trindade.

No céu era tudo falso, tudo em desacordo

Com flores e árvores e pedras.

No céu tinha que estar sempre sério

E de vez em quando de se tornar outra vez homem

E subir para a cruz, e estar sempre a morrer

Com uma coroa toda à roda de espinhos

E os pés espetados por um prego com cabeça,

E até com um trapo à roda da cintura

Como os pretos nas ilustrações.

Nem sequer o deixavam ter pai e mãe

Como as outras crianças.

O seu pai era duas pessoas: -

Um velho chamado José, que era carpinteiro,

E que não era pai dele;

E o outro pai era uma pomba estúpida,

A única pomba feia do mundo

Porque não era do mundo nem era pomba.

E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.

Não era mulher: era uma mala

Em que ele tinha vindo do céu.

E queriam que ele, que só nascera da mãe,

E nunca tivera pai para amar com respeito,

Pregasse a bondade e a Justiça!

Ficções de Interlúdio (excerto)

Alberto Caeiro (Poemas Completos)



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segunda-feira, dezembro 21, 2009

O maior Problema da Nação


No critério socretino que nos rege, o chamado casamento de homossexuais parece ser a panaceia para todos os males da Nação Portuguesa.

Ora, se a legislação pretende minorar o desconforto das minorias de comportamentos sexuais, outrora ditos aberrantes, para quando a legalidade para os outros: os irmãos que se sentem tão infelizes por não puderem casar com as irmãs e vice-versa; os pais que não podem desposar os filhos e vice-versa; aquele pastor que ama desconsolado a sua cabra ou ovelha, de que será eterno amante; a mulher que ama o seu cão com todas as ânsias do seu corpo fremente de prazer; e mais que todos, o modelo de gosto em que me encontro, e que seria de grande tranquilidade para a minha alma, se fosse transcrito em letra de Lei: o comportamento poligâmico ( e obviamente poliândrico, que não sou de discriminações de género).

Que orgulho se pudessem dizer de mim o que dizem do Prior de Trancoso desde o Séc. XV:

Modelo de Pai da Nação: prior de Trancoso. Provado pelos autos arquivados na Torre do Tombo/Biblioteca Nacional, armário 5º, maço 7.

O documento em depósito é assaz eloquente, dispensando-nos de qualquer esforço promocional deste garanhão português:

Padre Francisco Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta & dois anos, será degredado de suas ordens & arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo & postos os quartos, cabeça & mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido & que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte & nove afilhadas & tendo delas noventa & sete filhas & trinta & sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhos; de nove comadres teve trinta & oito filhos & sete filhas; de sete amas teve vinte & nove filhos & cinco filhas; de duas escravas teve vinte & um filhos & sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas; da própria mãe teve dois filhos; tendo concebido em cinquenta & três mulheres.

El-Rei Dom João II lhe perdoou a morte & o mandou pôr em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487 & guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa & mais papéis que formaram o processo.

http://resistir.info/portugal/aborto_10.html

Tais eram os favores que, em termos demográficos, o País lhe devia.

Assim, sim. A raça portuguesa não se extinguiria como alguns sociólogos já admitem.



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quinta-feira, dezembro 17, 2009

Novo Blogue sobre Pombal


Comecei, um dia destes, um novo blogue a que chamei “Nesta Igreja está a Milagrosa Imagem”. Refiro-me, é claro ao Convento de Santo António e Igreja de Nossa Senhora do Cardal.

O novo endereço é : http://cardal.blogs.sapo.pt

Meditando e escrevendo sobre este monumento (um dos poucos que vem escapando às investidas do tempo, do clima, das guerras e dos pouco esclarecidos transformadores, modernizadores e requalificadores cá da terra) pretendemos na linha de outros “amantes” de Pombal que nos precederam, como Dr. Mora, Dr. Pombo, Dr. Eusébio e outros de que falaremos a seu tempo, contribuir para um melhor conhecimento da História de Pombal.

Desde os mais recuados tempos da existência do Homo sapiens, os mais variados lugares do território concelhio, têm sido povoados ou, pelo menos, ocupados temporariamente.

Se nos limitarmos ao espaço da freguesia de Pombal há certamente vestígios da ocupação romana, goda, mourisca e cristã medieval da Reconquista. Cada século, já são tantos na vida de Pombal, deve ter deixado as suas marcas, que catástrofes naturais, guerras, batalhas senhoriais, raiva republicana e ganância contemporânea têm tentado apagar.

A incúria do poder local e o interesse do comum dos pombalenses também têm sido favoráveis ao descuido e ao esquecimento. Certamente não sabem que quem renuncia a sua História renuncia à sua Identidade.

Estarão os pombalenses interessados em terem uma?


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domingo, dezembro 13, 2009

Portugal pode ir muito longe!


Com um comandante destes, mesmo que seja o Rei de Espanha a governar-nos, mesmo que a bancarrota nos visite, não temos medo do futuro. Será sempre a Europa a mandar e nós seremos seus humildes servidores. (Retirem das arcas os vossos trajes folclóricos. Os ranchos vão animar os turistas que de todo o lado chegarão. Serão muitos empregos garantidos, sem contar com os criados de mesa, camareiras, porteiros e mais artifices da indústria turistica. Portugal será o verdadeiro recreio da Europa.) Todos licenciados como afirma jubiloso o comandante, se não for pelo saber, será, ao menos, pela estatística.

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terça-feira, dezembro 08, 2009

A Monarquia Portuguesa




Os republicanos mataram o rei e o príncipe em 1908 e, em 1910, arranjaram aquela trapalhada de que ainda hoje estamos a sofrer as consequências. Mas, como em 1646 D. João IV tinha transferido a coroa para a Nossa Senhora da Conceição, não mataram a rainha que todos os portugueses até hoje sempre veneraram.
Viva a Rainha!

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segunda-feira, dezembro 07, 2009

Isto é sobre?

Realmente, isto é sobre o quê?
Ai como era diferente a Educação e o Ensino em Portugal!

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sexta-feira, dezembro 04, 2009

O Polvo

Ricardo Rodrigues é o deputado que mais defende a posição do Governo contra o Projecto Lei que visa a criminalização do enriquecimento ilícito.
De que tem medo o PS?

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