Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

A única massa cinzenta predominante em Portugal é a do betão.
http://nuncamaisvoto.blogspot.com/

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Isto é publicidade criminosa

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Diariamente somos agredidos, nos nossos ideais e na nossa moral, pelos publicitários a soldo de grandes grupos económicos [ou outros não tão grandes] mas isto já passa das marcas!
Habituem-se as criancinhas a só ter direitos e estaremos a criar homens e mulheres que também só têm direitos; operários que só têm direitos; patrões que só têm direitos; maridos que só têm direitos; esposas que só têm direitos; pais que só têm direitos; filhos que só têm direitos… e assim… e assim... e assim!
Claro que todas aquelas premissas são desejáveis mas obrigam a contrapartidas.
Ninguém pode ser livre se não aceitar os riscos da sua liberdade!
Quando eu era menino sabia que podia fugir à minha mãe mas que tinha de voltar e enfrentá-la e suportar o castigo; podia subir às árvores mas sabia que corria o risco de cair; sabia que podia andar à porrada na escola mas sabia que podia levar uns bons sopapos do professor ou de amigos do meu opositor; sabia que podia espreitar namorados na marmelada mas sabia que poderia ter que fugir rapidamente ou ser apanhado e levar uma surra.
Se se pode fazer tudo impunemente enquanto se é criancinha como se pode ser livre e responsável quando adulto?

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sábado, fevereiro 09, 2008

Contributo Socialista















SOL, 1.ª página de hoje.



Será que nem a evidência obriga os portugueses a ver quem é que está a pagar a crise, quem é que verdadeiramente sofreu e sofre, para o chamado equilíbrio orçamental?

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quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Tributo

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Iniciaram-se ontem as Comemorações do Quarto Centenário do Nascimento do Padre António Vieira…

Nós, meninos do tempo do fascismo, tínhamos a vantagem de ser colocados, logo muito pequenos, em contacto com o que de melhor se havia escrito em Língua Portuguesa.
Lembro-me bem do ritmo da leitura de “O Estatuário”, inserido no meu Livro de Leitura da 4.ª Classe! O ritmo, a riqueza e o rigor vocabular para o qual o nosso professor nos chamava a atenção.
«- Obrigado, Sr. Professor José Dias, da Escola n.º 33 de Lisboa, Campo Grande, sem luz eléctrica, no primeiro andar da Esquadra da Polícia, virada para o Jardim, no gaveto da Rua Aboim Ascensão. – Tudo o que me ensinou é útil ainda hoje.» (Depois das cinco horas da tarde, no Inverno, tínhamos um candeeiro a petróleo, na secretária do professor, para a sala inteira.)
Tão diferentes, aqueles textos, das pepineiras que ornamentam os livros escolares modernos.
Hoje, há “doutores” a sair das Universidades que não dominam a Língua e a Escrita Portuguesas tão bem como os meninos da quarta classe de então.
Se a Nossa Pátria é a Língua Portuguesa, então, está cada vez mais pequenininha! Ou sou eu claramente a ficar velho!

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Antigos alunos

O que há de mais gratificante na profissão de que há já três anos me aposentei é a existência de pormenores que nos enchem o coração: - O cumprimento caloroso de antigos alunos.
Hoje recebi no meu telemóvel uma chamada de um aluno do Ciclo Preparatório (era assim que se chamava na altura), do curso de 1967/68; 1968/69, a saber como eu estava e a convidar-me: «Sr. Professor quando vier a Lisboa ligue-me teria muito gosto em tomar qualquer coisa consigo e conversarmos um pouco.»
Depois de cumprimentos e perguntas, muitas perguntas, pois tínhamos perdido o rasto um do outro desde 1979 ou 1980, contou-me que havia encontrado o meu filho Miguel perto de casa, junto à farmácia da Pontinha, e ele é que lhe havia dado o meu telemóvel. Ofereci-lha a minha casa aqui em Pombal e garanti-lhe que assim que vá a Lisboa lhe telefono para nos encontrarmos.
São relações assim, mantidas muito depois de os meninos saírem da escola, quando já também eles têm netos, que me lisonjeiam e me fazem ter a ilusão de que se não fui um razoável profissional, ao menos, devo ter sido uma boa pessoa.

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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

A propósito do centenário do Regicídio

Custa-me muito compreender como alguém, uma pessoa, um ser, dito humano, pode querer adiantar-se à natureza e matar outro, qualquer que ele seja!
Muito mais fácil me é compreender porque os magnicidas, seja lá em que país for, são imediatamente abatidos, se possível, no próprio local do crime. É que assim se evita uma investigação completa e responsável de punição justa para os cobardes (cobertos e bem pagos por organizações terroristas muitas vezes disfarçadas de políticas ou filantrópicas) que traiçoeiramente atingem outros seres incómodos para alguém. O abate imediato impossibilita a relação directa da responsabilização. Tudo o que vier depois pode ser sempre classificado de especulativo, abusivo, suposto. Foi assim, também, com o regicídio de há cem anos.
Para os mentores do crime é sempre fácil acusar os autores materiais de anarquistas enlouquecidos. Foi o que republicanos e traidores monárquicos fizeram no caso aqui lembrado.
O terrorismo não nasceu a 11 de Setembro em Nova Iorque, é muito mais antigo – deve ter começado logo no dealbar da cultura e da sociedade, quando o primata louco começou a chamar-se homem.

Imagem do VI volume da História de Portugal,
Círculo de Leitores, Lisboa, 1994

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