Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

quinta-feira, outubro 28, 2010

NA TERRA DO MEIA-ROTUNDA


A cidade de Pombal já havia sido homenageada em duas obras literárias muito interessantes, no campo da semiótica, da autoria da minha amiga e Senhora Professora Maria Luís Brites. Têm estas obras os sugestivos títulos de “Na Terra do Meia-Vaca” e “Na Terra do Meio-Boi” e tratam, de uma forma ao mesmo tempo objectiva e jocosa, das alcunhas de várias pessoas e famílias, nadas e criadas na cidade e no termo do Concelho de Pombal e das causas prováveis e simbologia de tais nomes, apostos ao nome próprio, ou familiar, das pessoas de algumas casas, umas ricas outras não tanto, desta urbe, arredores e aldeias dispersas por outras freguesias do município.

Neste Verão, mas agora arquitectonicamente, o nosso muito amado e excelso presidente da câmara brindou-nos com uma Meia-Rotunda. (A crise não perdoa!)

As rotundas são, como é do conhecimento geral, o grande aporte civilizacional que o municipalismo moderno acrescentou ao nosso riquíssimo património cultural.

Aquela maneira de começar a larga e bela avenida que atravessa o Vale do Casarelo até à enorme rotunda que circundamos para podermos aceder ao novo espaço comercial do “MODELO”, dá, à Rua de Ansião e à Rua Professor Saul Pires Machado, a imponência que lhes faltava e o embaralhamento do trânsito de quem circula e pretende entrar nesta última rua até há pouco tempo pacata e de fácil acesso.

Aliás, adivinha-se um futuro risonho para aquela zona e para a que mais adiante começa, onde as cheias de 26 de Outubro de 2004, levaram à destruição da casa que o celebrado “Faz Barulho” havia construído sobre o leito do Ribeiro Quente: os “patos bravos”, o outro nome para empreiteiros e mestres de obras, já se movimentam afanosamente, embriagados pelo cheiro dos euros fáceis. Eles, que juntamente com os banqueiros, são os principais culpados pela desgraça financeira em que caímos.

Tem sido estonteante o ritmo de embelezamento urbano da cidade, tanto a nível arquitectónico quanto o da engenharia.

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sábado, outubro 23, 2010

Maria Callas porque gosto da voz e da Mulher.


Para ouvir clique no nome:

Maria Callas canta "Ave Maria" na ópera «Otello». A voz desta mulher sempre me comoveu.

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quinta-feira, outubro 21, 2010

Ontem na Rota do Românico do Vale do Sousa

Os professores aposentados de Pombal, Ansião e Alvaiázere foram passear.


E verificaram in loco que há autarquias que além dos monumentos riquíssimos que possuem, ainda preservam a própria paisagem e património rústico.

Com que atraso cultural vivem as gentes de Pombal. As autarquias, mesmo na terra da Mestra Fátima de Felgueiras, têm uma acção pedagógica sobre os seus vizinhos. Falámos com gente do povo que ama o que tem como a menina dos seus olhos. Que diferentes dos pombalenses que só querem que os seus terrenos dêem muito dinheiro em construções.

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sábado, outubro 16, 2010

3. Mitologia: Narciso

Há 100 anos a República



Como o tempo passa? Tão jovem, tão bonitinha, tão cheias de promessas de futuros ensolarados, vejam o que resta. Nem mil Talons lhe devolviam a perdida juventude.

Alberto João é sábio... Precisamos mesmo é de uma república de quarta ou mesmo quinta geração!

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quinta-feira, outubro 07, 2010

Há cem anos na Vila de Pombal

Transcrição da folha 153 v. e seguintes do Livro de Actas da Câmara de Pombal de 1910:
« Aos sete dias do mês de Outubro do anno de mil novecentos e dez nesta Villa de Pombal e sala dos Paços do Concelho, compareceram, pelas duas horas da tarde, os cidadãos abaixo assinados e muitos outros que declararam a sua adhesão à República Portuguesa proclamada em Lisboa no dia cinco do corrente, havendo para isso manifestações de entusiástico regozijo pela implantação do regime republicano, de reconhecimento e louvor pela bravura das forças militares, de terra e mar, e também do povo de Lisboa, que, tam brilhantemente combateu pela redenção da pátria. Seguidamente pelo cidadão José Rodrigues de Figueiredo foi apresentada a proposta dos nomes seguintes para comporem a Comissão Municipal Republicana que há-de gerir os negócios deste município: Effectivos: Os cidadãos - Ildefonso Monteiro Leitão - José Gonçalves Ferreira - José Luiz da Cunha - Francisco Dias Mora e António Jacinto da Silva, todos de Pombal. Para substitutos: os cidadãos: - José da Cruz Camarneiro - Joaquim Ferreira Damazo - Heitor Augusto da Silva e António Cardoso Guedes, todos de Pombal. Esta proposta foi votada por aclamação. Encontrando-se presentes os Vereadores José Maria Neves Paiva, servindo de Presidente, António Jesus de Oliveira e Joaquim Ferreira Damazo, por estes foi declarado que entregariam voluntariamente a administração deste Município à Comissão eleita pela Assembleia e que aproveitavam a ocasião para adherirem ao novo regime. A Comissão eleita declarou aceitar o encargo e n'esta ocasião aceitam a posse que lhe é dada pela Vereação cujo mandato n'este momento termina. Pelo cidadão José Rodrigues de Figueiredo foi lembrado que se aproveitasse a reunião para escolher em eleição a Comissão Parochial Republicana de Freguesia de Pombal. Sendo aprovada a proposta pela Assembleia, foram escolhidos para constituir a Comissão Parochial Republicana de Pombal os seguintes cidadãos: Aires Pinto de Mesquita - António da Silva Madeira - Dionízio da Silva - Substitutos: - Thomaz Luiz da Cunha - Luiz Motta e Francisco Ribeiro Carreira, todos da Villa de Pombal. - Pelo cidadão José Luiz da Cunha foi dito que tendo-se o público manifestado para que da sala fosse retirado o retrato de D. Carlos, fosse ele substituído pelo do grande Marquês que é uma honra não só para Pombal, como para Portugal, bem como pediu que todos os presentes assignassem a proposta (?)*. A todos os actos assistiu a Autoridade Administrativa representada pelo cidadão Ayres Leal de Mattos, e por mais nada haver de que tractar se lavrou a presente que por todos vai ser assignada comigo Eduardo Mendes Cabral, secretário da câmara que o li perante todos os assignados.»
José Moreira Mendes Paiva
António Jesus de Oliveira
Joaquim Ferreira Damaso
Ildefonso Ferreira Leitão
José Gonçalves Faria
e mais de noventa linhas de assinaturas, num total de 97, havendo contudo uma linha em branco onde alguém fez uma anotação a lápis que não consegui decifrar.

* Permite também a leitura como: projecto ou propósito.
(Nota do transcritor.)

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