Blogue do Maia de Carvalho

POR TRÁS DE CADA GRANDE FORTUNA HÁ UM CRIME. Honoré de Balzac

quarta-feira, outubro 29, 2008

NEM TUDO O QUE RELUZ É OIRO!

Domingo passado, o meu amigo Augusto Sol da Graça convidou-me para almoçar com ele na sua residência, na Cumieira. Como já há bastante tempo não passávamos um bom bocado em alegre cavaqueira, lá fui com a minha mulher ao encontro dele e da sua esposa, Maria Júlia, par almoçarmos e passarmos um bocado da tarde juntos.

Não é minha intenção relatar vos a nossa conversa mas apenas falar do livrinho editado pela Câmara Municipal, este Verão, com o título. “CUMIEIRA, História de uma aldeia, suas gentes e costumes.” Louvável, em meu entender, opção autárquica.

Já há mais de um ano, que eu havia lido algumas partes do manuscrito e havia constatado que o material para este trabalho ocupava mais do que duas grandes caixas de arquivo. Daí a relativa frustração com que li o livro que me autografou e me ofereceu.

Só a história deste homem, dos sete ofícios e das sete partidas do Mundo, daria vários livros… Nas suas próprias palavras ele define-se: «nasci pobre, fui pobre, fui rico, perdi tudo, voltei a ser pobre e hoje vivo remediado.»

Mas o livro foi adulterado, fala pouco da aldeia, quase nada das pessoas e pouco mais é do que o historial da Associação Sócio-Cultural Recreativa e Educativa da Cumieira e Circunvizinhas, (ASCRECC). É pouco, muito pouco e diferente do que me tinha revelado o Sol da Graça (só este apelido já é causa e motivo de estudo).

Há outros factos curiosos na elaboração deste livro. Da forma física e aspecto gráfico não há nada a dizer, a Quilate esmerou-se! Mas a autoria e os depoimentos não batem certo. Primeiro é difícil uma entidade chamada de solidariedade social ser autora de um livro (parece-me que a escrita é um acto individual e solitário e aquilo a que se chama “escrita colectiva” é vulgarmente uma aberração, resultante de um somatório de vaidades ou nulidades). Depois aparecem contadores de tradições que, ou são outras pessoas, com outros nomes, ou não existem mesmo.

A tarde foi-se fazendo quase noite. Vi outras coisas da colecção do meu anfitrião e li outros textos. Quando nos despedimos deixei-lhe apenas uma promessa: Amigo Augusto se quiser dar forma às suas memórias ou organizar os seus escritos, terei muito gosto em ser o seu secretário, graciosamente, claro está. Tenho experiência de mais de três anos de redactor de uma grande editora.

E voltei à minha casa, na cidade.

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sexta-feira, outubro 24, 2008

Violência e Agressão

“O homem não é de modo nenhum a coroa da criação: ao lado dele, cada ser se encontra com o mesmo grau de perfeição… E, ao pretender que assim é, vamos ainda mais longe: o homem é, relativamente, o mais falhado de todos os animais, o mais desajeitado, aquele que mais perigosamente se afastou para longe dos seus instintos…”

«Friedrich Nietzsche»

Imagem de:

http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/741/


Quando se fala de violência e agressão há uma relação directa entre um termo e outro, como se a violência fosse a agressão em potência e a agressão a violência em acto. Mas o que fundamenta realmente a violência/agressão?

“Entretanto, Caim disse a Abel, seu irmão: - Vamos ao campo. - Porém logo que chegaram ao campo, Caim lançou-se sobre o irmão e matou-o.” Gn.4, 8.

Este é segundo as religiões abraâmicas, (Judaísmo, Cristianismo, Islamismo) a primeira referência explícita à violência humana. Mas, nestas sociedades bíblicas, a humanidade já havia estabelecido diferenciações sociais. Havia pastores e agricultores – as bases económicas – e também guerreiros, comerciantes, sacerdotes e chefes. Aquela citação bíblica é apenas a ilustração da forma mitológica como, à falta de outra mais esclarecedora, os primitivos tentavam explicitar e explicar qualquer coisa que existia desde sempre e que ocasionalmente, mas com frequência, saía fora do controlo social: o mal, a guerra, o homicídio, a agressão.

Depois de Darwin, evidenciou-se que a competição inter específica era essencial para a selecção e evolução das espécies. Mais modernamente Konrad Lorenz, darwinista convicto, veio explicar-nos melhor como tal instinto agressivo se manifesta e porquê.

Para ele a agressão é um instinto como os outros e radica na necessidade de defesa de um território individual ou do grupo que possuímos tal como outros animais, principalmente os do grupo a que pertencemos: os primatas. Em estado natural, no início da hominização, raramente a agressão resultava em morte de algum dos contendores, havia espaço e era sempre fácil o mais fraco dar-se por vencido e procurar outro território.

Os zoólogos sabem que a agressividade dos animais territoriais é tanto mais intensa quanto mais próximo do centro territorial o animal ou o grupo se encontram. Na periferia a agressividade dilui-se. É apenas por esta razão que, para às forças policiais, é tão difícil penetrar até ao coração dos bairros problemáticos como a Cova da Moura, em Lisboa, ou o Aleixo, no Porto.

A civilização ao tornar-se quase exclusivamente urbana, com as cidades a crescerem desmesuradamente, tornou-se a principal causa do aumento proporcional da violência e da agressão. O homem é um animal territorial (colocação de marcos intocáveis nas propriedades agrícolas; decoração sui generis de cada habitação e colocação do nome do proprietário ou da família em local bem visível, indicação explicita de “ATENÇÃO, PROPRIEDADE PRIVADA”, algumas vezes substituída por um outro aviso “CUIDADO COM O CÃO”, o arranjo das secretárias nos locais de trabalho, muitas vezes com objectos pessoais ou até fotos do cônjuge ou do filho ou filhos, a procura preferencial pelo mesmo lugar no café ou nos transportes públicos) como Desmond Morris, muito bem, faz notar nas suas obras.

Resumindo, a domesticação do homem, realizada pela urbanização, distribuindo-o por jaulas sobrepostas, retirou-lhe qualquer coisa tão vital como se o privassem de alimento ou de oportunidades para se reproduzir. Dai o recrudescimento da agressão como forma de marcar territórios virtuais, criados artificialmente, e a organização de bandos, principalmente de machos jovens, (ultimamente algumas fêmeas também participam) para a sua defesa.

Se não modificarmos a dimensão das cidades e a organização dos seus bairros em guetos, o problema não tem solução. É só esperarmos que, pelo menos, os mais fortes sobrevivam!

Publicado em “O Correio de Pombal” de 23 de Outubro de 2008.



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quinta-feira, outubro 23, 2008

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO



Nas escolas portuguesas, é assim que se faz o ensino integrado: o ritmo é dado pelos mais lentos!

Daí o espectacular progresso da nossa educação.


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terça-feira, outubro 21, 2008

Preço do gasóleo

Imagem de:
http://estrunfinices.blogs.sapo.pt









Clique na tabela para ler mais comodamente.

Recebido por correio electrónico.

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sábado, outubro 18, 2008

Comentários em blogues pombalenses

Imagem de:

http://planetamongo.wordpress.com/category/animacao/os-flintstones/



Já há algum tempo que tenciono deixar de comentar blogues de pombalenses. Uns porque fazem leitura prévia dos comentários, para os aprovarem (e conheço-os como críticos do Estado Novo e seu sistema de censura e exame prévio), outros porque são malcriados e não retribuem as visitas, outros por ambas as coisas, outros porque apreciam os comentários que os visitantes deixam nos seus blogues mas certamente se acham demasiado importantes para, quando fazem uma visita, deixarem os seus.

Ora um blogue, como eu o entendo, não é só para se escreverem umas coisas, é, além de forma de expressão, forma de comunicação que, para o ser, só pode conceber-se bidireccional ou multidireccional.

É verdade que cada um é dono do seu blogue… mas a liberdade de expressão é uma donzela delicada que muito poucos respeitam!

Por tudo isto, comentários nos blogues cá da terra acabaram!



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sexta-feira, outubro 17, 2008

Erradicação da Pobreza

Não brinquem comigo...
Dois milhões de portugueses são pobres ou muito pobres, (20% da população) e querem acabar com eles?
Como?
a) Modificam-se os critérios das estatísticas.
b) Transformam-nos em Bancos para os ricos se sentarem...
Mais um problema socraticamente resolvido

Nota explicativa: A palavra a cor, não tem nada a ver com Sócrates, é apenas sinónimo de filosoficamente, intelectualmente...

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terça-feira, outubro 14, 2008

DEUS MORREU, VIVA O CAPITAL!

Imagem do DN de 8 de Outubro de 2008

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domingo, outubro 12, 2008

CORRUOPÇÃO






Por muito que nos custe admitir, a "cunha", o "empenho" é o primeiro degrau da CORRUPÇÃO. Tão entranhada na nossa cultura que pode ser chamada de opção civilizacional portuguesa.

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terça-feira, outubro 07, 2008

Guerra & Economia


O capitalismo só conhece uma solução para as suas crises económicas - a Guerra! É melhor irem se preparando.



«Os homens matam-se uns aos outros porque gostam.» Palavras do correspondente de guerra Dick Ennis (Robert Mitchum, no filme “A Batalha de Anzio”), ao general, Itália, em 1944

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domingo, outubro 05, 2008

SEM PROFESSORES NÃO HAVERIA REPÚBLICA



Porque república não é apenas uma forma de governo, res publica é fundamentalmente uma forma de estar em sociedade e são os professores os agentes modeladores da paisagem humana. (Se os deixarem trabalhar em paz!)

Tivemos, ao longo da nossa História de muitos séculos, Reis que foram mais res publicanos que muitos republicanos actuais (socialistas e outros).

Portugal, como país independente, nasceu no dia 5 de Outubro de 1143. Foi registado em Zamora, na província de Leão, da Península Hispânica.


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sábado, outubro 04, 2008

A SOLUÇÃO FINAL

Também se podia dizer a panaceia! A formação inicial dos professores continua desleixada, a sua formação contínua é deixada aos interesses imediatos e económicos das entidades formadoras, as condições de trabalho nas escolas continuam "cafreanas", os espaços para a construção de novos pólos escolares são os terrenos mais rascas e diminutos que os municípios conseguem dos agentes imobiliários, mas VIVÓ MAGALHÃES! Ele tudo resolverá na descarada propaganda deste governo!

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quarta-feira, outubro 01, 2008

PALHAÇADA!

Imagem de:

http://www.hploco.com/diskmensagem/Telemensagem.html



Sabemos os nomes dos responsáveis desta chamada crise financeira, dos seus gestores. Os jornais e as televisões recitam-nos os seus nomes e as quantias astronómicas que roubaram. Mas não são ladrões, não, o que sacaram, fizeram-no legalmente, são ganhos retributivos do seu trabalho.

Ninguém vai incriminá-los nem exigir que reponham as quantias sacadas. Melhor, os Governos preparam-se, com o dinheiro de todos, para pagar os prejuízos.

Que fantochada de civilização criámos, que palhaçada de sociedade construímos!


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